O processo de tecnologia de nosso tempo está remodelando e reestruturando padrões de interdependência social e todos os aspectos de nossa vida pessoal. Por ele somos forçados a reconsiderar e reavaliar, praticamente todos os pensamentos, todas as ações e todas as instituições. Tudo está mudando dramaticamente.
A modernização e tecnologia entrelaçam os homens uns com os outros. As informações despencam sobre nós, instantaneamente e continuadamente. Tão pronto se adquire um novo conhecimento, este é rapidamente substituído por informação ainda mais recente. Nesse mundo, eletricamente configurado, forçou-nos a abandonar o hábito de dados classificados para usar o sistema de identificação de padrões.
SCHWEITZER3 (1948, citado por MESQUITA, 1978) afirma que as afinidades com o nosso próximo desapareceram. Estamos a caminho franco da desumanização. Onde a ideia de que a pessoa como pessoa nos deva interessar periclita; periclitam também com ela a cultura e a moral. Daí, para a desumanização completa da vida pouco vai: é questão apenas de tempo.
Nossa cultura oficial se esforça para abrigar os novos meios a fazerem o trabalho dos antigos. Atravessamos tempos difíceis, pois somos testemunhas de um choque de proporções cataclísmicas entre duas grandes tecnologias. Abordamos o novo com o condicionamento psicológico e as reações sensoriais antigos. Esse choque sempre se produz em períodos de transição.
À medida que novas tecnologias entram em uso, as pessoas ficam cada vez menos convencidas da importância da auto expressão.
Antigamente, o problema era inventar novas formas de economizar trabalho. Hoje o problema inverteu-se. Agora temos que ajustar-nos e não mais inventar. O trabalhador individualmente está fragmentado, sendo executor de uma tarefa simples e rotineira. A mecanização da produção reduziu o trabalho a um ciclo de movimentos repetitivos.
Será que as pessoas estão preparadas para absorver a quantidade e a qualidade de tecnologia que está sendo gerada atualmente? Quem trabalha com essa tecnologia está devidamente integrado a ela ou tem uma visão limitada, que permite apenas a utilização parcial dessas novas ferramentas? Ou serão apenas acionadores de um botão?
Segundo STAREPRAVO (s/d), no mundo atual, ironicamente protestamos contra o desperdício de recursos naturais. Gastam-se milhões para proteger ou preservar estas riquezas, sem se levar em conta o próprio desperdício humano. Desperdício de capacidade, habilidade e talentos, o grande desperdício de nossos próprios recursos pessoais. Cada indivíduo é uma fonte inesgotável destes recursos, e para que eles funcionem, nos ajudando a conquistar novas metas, é suficiente reconhecê-los, e decidir usá-los através do esforço individual.
De acordo com DIMITRIUS e MAZZARELLA (2000), na vida moderna a deterioração tanto da relação quanto dos valores humanos é nítida. Cresce continuamente a solidão nas grandes cidades, tornando-se motivo de sofrimento para muita gente. De outro lado, os grandes valores eternos da humanidade: a beleza, a verdade, o amor..., estão sendo eliminados, oprimidos pela tecnologia e frieza de uma certa ciência fundamentada num cartesianismo já quase obsoleto.
Segundo DIMITRIUS e MAZZARELLA (2000), estamos em contato com as pessoas do outro lado da cidade, do outro lado do país, ou até mesmo do outro lado do mundo. Mas nosso contato normalmente não é pessoal.
Os mesmos avanços tecnológicos que nos permitem um acesso tão extraordinário aos outros cobraram um preço – fizeram com que as conversas cara a cara passassem a ser relativamente raras. Por que se reunir pessoalmente com um cliente se você pode ligar para ele, enviar um e-mail, um fax, deixar recado na secretária eletrônica...? Qual é a diferença desde que a mensagem seja transmitida? Tudo está baseado na palavra estéril e gerada eletronicamente, sem o beneficio de ver a pessoa ou de falar com ela.” As pessoas que vivem nas grandes cidades são ensinadas desde crianças a desconfiar dos estranhos, como fica então o relacionamento pessoal?
As formas de comunicação não são todas iguais. Há várias opções de pedir um favor a um colega. Posso ir até a sala dele e falar-lhe pessoalmente; nesse caso conseguir-se-á julgar acuradamente a sua resposta. Talvez ele diga sim alegremente. Ou então, ele pode dizer sim e ao mesmo tempo se retrair. Ou pode dizer não, mostrar claramente suas respostas. Existe muita possibilidade de reações que eu posso ver se estiver na presença dele. (DIMITRIUS; MAZZARELLA, 2000, p. 06)
O mundo se tornou complexo demais, veloz demais, tenso demais. É difícil não perder-se. Sabemos que talvez não possamos encontrar o que buscamos, nem restabelecer o lugar das coisas e a sequência dos acontecimentos (FIORE, 1969, p.395).
E o homem? Dotado de capacidade, possuidor de inteligência, de coração, de emoção, de sentimento...está sendo lembrado? Que valor dá-se para isso? Onde fica o sentir? E a subjetividade? Percebe-se que está se ignorando a melhor e maior “máquina” já criada.... O SER HUMANO. Por mais que as técnicas de lavagem cerebral e robotomização tenham desenvolvido-se, sempre sobra um resto de ímpeto humano pronto a aflorar. E isso, é mais do que qualquer computador já conseguiu até hoje.
Bom cada vez mais percebemos em nossos lares e local de trabalho, as amarras da tecnologia bitolando fortemente o ser humano, individualizando-o, dificultando seu contato e relacionamento com os demais, mutilando indiretamente a criatividade, a imaginação, a percepção e a espontaneidade. Uma grande parte de nossas vidas é gasta nos domínios da conformidade; estamos sujeitos à considerável manipulação e ajustamento, e é bem possível que muitas das escolhas que nos estão abertas, são mais aparentes do que reais. O homem vai deixando de lado sua capacidade criadora para tornar-se a “engrenagem de uma máquina”. A experiência do homem urbano, metropolizado, funde-se com a tecnologia moderna. Mudanças na estrutura urbana, na arquitetura, nos meios de comunicação e no transporte de uma sociedade midiática correspondem à nova estrutura da vida.
Parece que o ritmo das máquinas impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano, mas será que estamos aptos a estas mudanças?
A resposta só o tempo dirá.
Camilla A.Escorcio. Iniciou sua carreira em 2009 trabalhando como freelance no site 7pixstudios.blogspot.com onde encontra-se seus principais projetos.
Cursos extra-curriculares: Fotografia Digital, Web designer, Marketing Social, Empreendedorismo, Comunicação Empresarial, Vendas Diretas e Gestão de Projetos. Todos expedidos por PRIME CURSOS DO BRASIL CNP: 09.408.027/0001-92
Membro ABED – Associação Brasileira de Ensino a Distância.
Atualmente esta contribuindo no site Uzinga
http://www.uzinga.com.br/perfil/camilla-escorcio-/3291 Criando estampas personalizadas.