Não sei se sou eu ou se a web é que mudou. Quando navego pela internet, me deparo com sites que sempre me soam como muito (ou totalmente) familiares. Uma epidemia conhecida como paralax e ícones no estilo flat design, dentro de círculos enormes, dominam os projetos gráficos que vejo por aí. Se lembrou de algum site assim? Aposto que sim!
Sejamos sinceros, o paralax é legal, está, digamos “na moda”, mas é NÃO é proibido explorar outros efeitos e formas de visualização. Como diria Caetano “é proibido proibir”, principalmente na internet, onde o mundo digital e intangível nos dá impressão de que criatividade e ousadia não tem limites (pelo menos não deveria ter).
Criamos o (mau) hábito de usar modelos prontos, ícones, templates, temas, etc. Talvez essa febre de “faça você mesmo seu site em 30 minutos”, tenha se tornado um ciclo vicioso da mesmice. Que chato é ser previsível, vocês não acham?
A popularização de sites na internet é de certa forma positiva, mas como qualquer coisa usada em demasia, torna-se nocivo. Sou totalmente contra ao uso de soluções prontas, acho que todo projeto deve seguir etapas essenciais para sua execução, só assim é que poderemos garantir um bom resultado.
E por falar em etapas, vou descrever sucintamente por quais os projetos devem/deveriam seguir:
1. Briefing: o briefing é um documento fundamental e deve ser elaborado logo no princípio. Com um bom briefing, você conseguirá descobrir coisas sobre a empresa, marca ou cliente que são de suma importância e que acabam sendo deixadas para trás.
2. Análise do briefing: ok, é hora de compilar os dados. Nessa fase, você terá que ler e reler o briefing quantas vezes forem necessárias e coletar o máximo de informações possíveis, para pesquisar e analisar tudo o que encontrar de importante e, assim, começar a transferir as ideias para o papel (não se começa projetando direto no computador, it’s wrong baby).
3. Conceito: após o entendimento do briefing, a definição do conceito a ser trabalhado começará a aparecer naturalmente, pois com as informações coletadas, você será capaz de entender a real necessidade do seu cliente e quais estratégias deverão ser adotadas.
4. Wireframe: o desenho do wireframe é de extrema importância para um site. É ele que vai garantir a boa usabilidade do usuário, a posição mais indicada na hora de aplicar o menu, os fluxos de navegabilidade, quantas e quais serão a interações e o mais importante, se elas funcionarão de fato. Sem um bom wireframe, as chances do seu usuário não permanecer muito tempo no seu site são bem grandes, pense nisso.
5. Testes de funcionalidade: esses testes servem para dar mais segurança ao que você está projetando, ou seja, darão garantia de que seu site está sendo bem estruturado evitando aquele retrabalho (que os webdesigners adoram) depois que as páginas já foram publicadas.
6. Layout: muita gente começa um site a partir dessa etapa (isso explica tantos sites iguais) e não dão a devida atenção às etapas anteriores. O layout nada mais é do que a tradução do conceito composto num bom projeto gráfico e aplicado ao wireframe, ele não é inventado, nem se cria do nada. Clientes, ficou mais claro agora? rs
7. Desenvolvimento: finalmente, partimos para o desenvolvimento em HTML5, JS, CSS3, PHP ou a linguagem que seja, mas depois de percorrer por todas as etapas, na fase de desenvolvimento, as chances de erros são bem menores e os desenvolvedores agradecem.
8. Mais teste: depois que as páginas foram desenvolvidas, é preciso fazer mais testes, pois mesmo após termos passado por todo o percurso pode ser que nos deparemos com bugs de navegador ou da própria estrutura.
9. Implantação: essa é a fase que eu mais gosto, “subir” o site. Nada mais prazeroso do que ver todo o seu esforço publicado na web e com a possibilidade de ter seu trabalho visto e pelo mundo todo. A internet é realmente fantástica!
Agora eu deixo a pergunta para vocês pensarem, será que vale a pena usar soluções prontas? E se vale, até que ponto? Escrevam-me e vamos conversar mais a respeito. ;)
Fernanda Alves de Oliveira, é strategic designer do estúdio de criação e design HOMA BESTO Creators Beings, trabalhou como web designer no departamento de Educação a Distância no SENAI-SP. Pós-graduada em Design Estratégico no Instituto Europeu de Design. Atua na área desde 2006 e já trabalhou com editorial, criação de logotipos e identidade visual. Adora exposições de arte, sair para fotografar, filmes alternativos, tecnologia e um bom café.