Os cursos na área de TI são responsáveis por formar os nossos profissionais, essenciais propulsores desta indústria.
Tenho refletido um tanto a respeito do ser humano nestes tempos. Não chega a ser uma crise existencial dos “40 anos”, mas vamos ver se esta minha reflexão é um sintoma que aflige apenas a mim ou a qualquer empreendedor, empresário, diretor e gerente das áreas de tecnologia em qualquer faixa etária. Estou procurando respostas para algumas perguntas. Possivelmente farei-as por toda a minha vida, não só nesta fase. Mas algumas destas perguntas eu tenho feito especialmente por ter retomado os meus projetos de Internet. Tenho pensado no ser humano que tem a aptidão para trabalhar neste mercado de tecnologia, comunicação interativa, desenvolvimento de software e outros ofícios ligados ao nosso mercado. Foi tentando resolver um problema durante alguns meses que percebi o quanto ainda há espaços para os bons profissionais ocuparem e o quanto há empregabilidade no setor de tecnologia aqui no Brasil.
Continuei observando estes nossos profissionais de TI sob dois aspectos: 1-Existem pessoas que tem em sua natureza algo que facilita a adaptação a estes trabalhos tecnológicos. Vejo jovens de 14, 15 anos que sem ter vivenciado uma formação acadêmica são capazes de criar por si grandes feitos na Internet. É um talento nato para programar, desenvolver, animar, desenhar, arquitetar dentro do mundo virtual. Este povo que alguns chamaram de “nerds” nos tempos remotos, hoje são a “nata” dos “Geeks”. Capazes de levantar uma fortuna se bem dirigidos nos seus atos e pensamentos. 2- Temos ainda uma turma não menos plugada, mas que busca no estudo, na teoria e posteriormente na prática realizar e manter os doces inventos que rodam na www. Muitos fascinados com a perspectiva de ser um profissional de TI, buscando os seguros salários que as empresas oferecem. Confiam aos cursos na área de tecnologia a missão de prepará-los para o futuro. E nós, empresários, empreendedores, diretores e gerentes? Dependemos da mão de obra formada por estas escolas e universidades para prosperar em nossos negócios? Esta é uma das perguntas que me faço e para a qual procuro a resposta.
As empresas fabricantes de softwares são a mola propulsora e protagonista principal deste mercado de cursos na área de programação, uma das mais vitais áreas para o setor. A cada lançamento, a cada novidade centenas e centenas de profissionais precisam se adequar às novas características e funcionalidades dos programas. Os fabricantes sabem que estão criando uma demanda pelo uso da tecnologia no mercado e os empresários do setor de ensino sabem que precisamos de pessoas capacitadas a operá-los. Daí um círculo virtuoso para nós. Se um software facilita um processo, vamos aprender a usá-lo, vamos treinar e formar profissionais para que estes nos atendam. Vamos dar empregos, vamos ter empregos. Daí a importância de escolas e cursos sérios, bem organizados e conscientes de sua missão no mercado. A ética no setor de ensino de TI é fundamental para a indústria. Uma certificação bem aplicada pode garantir o emprego e o sucesso das pessoas e das empresas. Estamos visceralmente ligados uns aos outros.
Peguei como exemplo para este artigo a Impacta Tecnologia que já formou 200 mil profissionais em 17 anos de vida. Segundo a Gerente de Marketing da Impacta, Valéria Mateus Fico, em 2004 a empresa atendeu 22 500 alunos e há uma previsão de crescimento na ordem de 15% para 2005. E tem mais: De acordo com informações divulgadas pelo IDC, a previsão inicial era de crescimento de 6% para o setor de tecnologia em 2005. Notícias recentes apontam uma revisão neste índice, que deve ser ainda maior , principalmente com o crescimento do uso de Software Livre. O setor de treinamentos deve acompanhar o crescimento do mercado, uma vez que é o responsável por capacitar os profissionais que lidam com as novas tecnologias. Acredita-se que o faturamento para este setor seja da ordem de 200 milhões/ano.
Edson Romão Gomes é um dos pioneiros da Internet comercial no Brasil. Profissional de comunicação há cerca de 20 anos, Romão trabalhou como Diretor Comercial do STI BBS, que em 1995 transformou-se num dos primeiros provedores de acesso do mercado, o STI Internet. Com ações inovadoras conseguiu colocar a empresa entre as maiores do Brasil no setor, fortalecendo práticas usadas até hoje em dia por provedores de acesso e de serviço.
Responsável pela profusão do internet broadcast, inseriu dezenas de emissoras de rádio na internet, promoveu grandes transmissões de shows e eventos.
Com outros profissionais de permanente espírito empreendedor, fundou em Março de 2000 a Webforce Networks, grupo criador do hpG, que em 14 meses tornou-se um dos maiores fenômenos de audiência já vistos na Internet, chegando a terceira posição no ranking do Ibope NetRatings, a frente de grandes players do mercado.
Como um dos principais dirigentes das empresas de Internet no Brasil, Romão auxiliou a consolidar e organizar este mercado. É um dos fundadores da AMI, Associação de Mídia Interativa, ficando a frente da sua Diretoria de eventos por 3 mandatos. Também motivou a criação da ABRAWEB, que surge da sua constante busca pela união e qualidade dos profissionais do mercado.