Pensei em escrever este artigo, porque sempre me deparo com anúncios de emprego para webdesigner, onde as exigências descritas para tal função, não condizem com o que desempenha um profissional da área.
Noto constantemente que há uma confusão na hora de distinguir webdesigner, designer, desenvolvedor, front-end, etc. Algumas vagas esperam que você faça tudo, desde tratar imagens até desenvolver aplicativos. Outras exigem que o webdesigner, possua conhecimentos avançados em HTML, CSS, Flash e também em PHP, Javascript, linguagens de programação complexas e por aí vai.
A impressão que eu tenho, é que as empresas buscam um funcionário híbrido, que saiba um pouco (ou muito) de cada coisa, para poder (mal)pagar um único funcionário ao invés de dois. Chega ser uma falta de respeito para com o profissional, não acham?
Contudo, existe o outro lado da moeda nisso, muito importante e que deve ser levado em consideração. Algumas empresas, assim como algumas pessoas (quem nunca precisou explicar o seu trabalho para alguém), não tem uma ideia clara do que um webdesigner faz. Não é como ser advogado ou médico.
Na imagem abaixo, isso é facilmente percebido. Procura-se um webdesigner junior para tratar e recortar imagens com conhecimentos avançados em Photoshop. Não sei a opinião de todos, se eu estiver errada, por favor me corrijam, mas acho que esse tipo de trabalho deveria ser feito por um estudante de design gráfico, ou seja, um estagiário, que procura uma oportunidade para aprender, experimentar, ganhar experiência.
E vale ressaltar, nem sempre o estudante de design possui um portfólio, tão pouco experiência e domínio em softwares, mas não vou me aprofundar nesse assunto agora, isso é matéria para outro artigo.
Já é difícil explicar a profissão e todo o trabalho feito nos bastidores de um projeto, afinal, os usuários veem no monitor e imaginam que um site é feito em 3 minutos, tipo miojo, sabe? Quando temos sites que divulgam esse tipo de vaga, pioram ainda mais a nossa situação. Vá lá que o carinha do RH não saiba diferenciar uma coisa da outra, é compreensível, até aceitável, mas sites se comprometem a analisar e filtrar essas vagas, é inaceitável que não o façam.
Não dá aquela sensaçãozinha de fim de feira? Rs
Não seria muito interessante se os sites que divulgam essas vagas, de web, designer, front e tudo mais, abrissem espaço para os profissionais que atuam na área ajudarem? Uma espécie de consultoria voluntária, ou talvez, criar campanhas em redes sociais com o intuito de orientar, não só criticar. Tenho certeza que isso ajudaria muita gente, quem está procurando emprego, tentando ingressando na área, quem já atua, enfim, praticamente todos.
Assim como em HTML5, gosto de pensar na web como um todo, de forma semântica. É nosso dever propagar cada vez mais essa linha de pensamento. Agora é com você!
Fernanda Alves de Oliveira, é strategic designer do estúdio de criação e design HOMA BESTO Creators Beings, trabalhou como web designer no departamento de Educação a Distância no SENAI-SP. Pós-graduada em Design Estratégico no Instituto Europeu de Design. Atua na área desde 2006 e já trabalhou com editorial, criação de logotipos e identidade visual. Adora exposições de arte, sair para fotografar, filmes alternativos, tecnologia e um bom café.