Fala meu amigo/minha amiga que está começando agora no mundo web designer. Ou não.
Existem certas coisas que eu acho que todos se perguntam, mas quase ninguém responde; ou às vezes, sabe a resposta e se mantém quieto para não ter outros “concorrentes” no mercado.
A verdade é essa. Para te criticar virão milhares. Mas para te ajudar...
Coisas que você deve saber ao adentrar ao mundo web:
- Saiba utilizar as ferramentas de busca;
- Fóruns são locais para troca de conhecimento, não um banco de códigos prontos;
- Logomarca, logotipo ou marca ou logo? Tanto faz. Você não sabe o que está fazendo de qualquer maneira;
- Cores, fontes e layout;
- Espaço branco é bom e eu gosto!
- O cliente nem sempre tem razão;
- Não, você não acertará na primeira. Nem na segunda. Quem sabe e olha lá na décima quinta;
- O quanto eu precisarei estudar?
- Posso ficar rico trabalhando com web?
Antes de começar o artigo, gostaria de propor uma tarefa para você que está lendo esse artigo: leia o “briefing” (se não sabe o que é isso, veja esse outro artigo ) e desenhe um layout. Ou pense em como seria o web site que você irá propor ao seu cliente.
Ao fim do artigo, quero que você “repense” o site, seu conteúdo e sua cara. E veja a diferença que haverá entre um projeto e outro.
Briefing retornado pelo cliente
Você enviou o briefing ao seu cliente e resumindo, você obteve a seguinte análise para o mesmo:
“Tenho uma empresa que atende aos mais diversos tipos de público; uma doceria artesanal, que foi idealizada pelo meu avô e que meu pai dedicou uma grande parte de sua vida na tentativa de torná-la conhecida no país todo. O nome da loja é ‘Doces da Fazenda – Produtos Artesanais ’.
Vendemos todos os tipos de doces, e gostaria de dar uma ênfase para as pessoas que tem diabetes. Oferecemos uma linha de produtos voltada a esse público, e precisamos deixar isso bem claro no site. E temos também uma linha mais light, para as pessoas que gostam de cuidar do corpo.
Outra informação importante. Já tenho um site. Está hospedado na Locaweb, e sinceramente, o designer que fez o site só me deu dor de cabeça! Não atualiza, e quando o faz cobra uma fortuna. Eu já não queria passar por isso de novo, mas meus filhos ficam me enchendo a paciência e estou aqui, tentando novamente.
Você não vai me deixar na mão, vai?”
Vamos analisar o que temos em mãos. E na realidade, você precisa responder seu cliente. Normalmente, você está em uma reunião e não tem o briefing. Eu não costumo trabalhar com briefings; eu costumo ouvir isso do meu possível cliente em reunião pessoalmente marcada e comparecida. Gosto de saber o que ele deseja. Mas nesse exemplo, alguém foi lá bater um papo com ele e te entregou isso.
O que você analisa no briefing? Tome um tempo, anote no seu caderno e vamos ver o que conseguimos entender.
O cliente já se apresenta descontente
Por culpa de um terceiro irresponsável, já começamos o trabalho com um grande problema na mão. A desconfiança. E trabalhar com isso é algo realmente complicado e em muitas das vezes, temos que vencer mais esse obstáculo para oferecer um trabalho com qualidade e fazer-se entender que é diferente do seu concorrente e que sim, seu cliente pode contar contigo!
Carga emocional grande em relação à empresa
A empresa, conforme exposto no briefing, é familiar. Passa de pai para filho. E isso em inúmeras vezes, é mais um grande problema. Sabe aquela coisa do filho que quer um site e o pai, com seus 70 anos, pensa que “isso é bobeira e até hoje eu não precisei disso, porque vou precisar agora”?
Se o cliente tem esse histórico, e como já disse: os filhos enchendo sua paciência para fazer o site, é melhor ter um pouco de cuidado com o projeto e dedicar um tempo a mais.
Grande problema pela frente: o cliente já tem site
Sim. Esse é um grande problema.
E é nele que vamos bater nessa primeira parte do nosso “mini curso”.
O cliente já tem um site!
E porque você deveria se preocupar com isso? Simples.
Já existe um responsável pela página do seu cliente, e ele vai perder o trabalho. Aí nós, que pegamos um trabalho (que nessa altura você já começa a cogitar a hipótese de pular fora porque vai ser bucha!), já percebemos que o “fazer um site” vai ser mais um trabalho de “consultoria e criação de site” do que um simples desenvolvimento. Por quê?
Porque precisamos de informações que estão nas mãos de terceiros. O domínio no www.registro.br, a hospedagem do site, os arquivos atualmente no ar, bancos de dados, contas de e-mail, backups de e-mail. E isso é para começar.
O que normalmente acontece nesses casos
Normalmente contrata-se um profissional (ou não!) para fazer o site e ao contratar terceiros, o cliente quer meio implicitamente dizer “se vira; contratei você e agora faça meu site, crie os e-mails e passar bem”.
E nessa o contratante não sabe (e na maioria das vezes o profissional contratado não explica) que existem dados que deveriam pertencer apenas e exclusivamente a ele. A propriedade do endereço alugado, por exemplo, no www.registro.br.
Dados de usuário, pois se o cliente quiser transferir o site para outro profissional, seja por qual motivo for, ele depende desses dados que muitas vezes ficam na mão de terceiros. Quer um exemplo?
É o mesmo que você pedir para alguém que vá ao cartório para gerar algum documento para você. O cara vai, gera o documento e o cartório entrega para essa pessoa um comprovante de acesso àquela informação. Apenas com esse comprovante em mãos você poderia alterar o seu endereço (e acredite: um dia você vai alterar), e isso precisa ser entregue ao atendente do cartório para que ele possa fazer a alteração.
Sem ele, nada feito. E o domínio do cliente normalmente nunca está nas mãos deles. Fica em posse da agência que criou o site ou do designer que foi contratado. E quando a coisa fica feia entre os dois…
Depender do relacionamento cliente-desenvolvedor antigo é um perigo!
A coisa mais normal que vemos nesse nosso mundo é: o cliente não paga o designer (quer seja por inadimplência ou por não entrarem num acordo amigável) e o designer vai e tira o site do ar. Nesse caso:
O cliente não deveria ficar devendo para seu prestador de serviços. Em hipótese nenhuma. Deveria resolver tudo na boa. Está inadimplente? Quite seus débitos.
O desenvolvedor em hipótese nenhuma deveria tirar o site do ar. Deveria ter se resguardado e assinado um contrato de prestação de serviços que pudesse ser executado caso haja inadimplência. Se você não pensou nisso, a culpa não é do seu cliente. Por mais errado que ele esteja. Mas tirar o site do ar é algo inaceitável como profissional. Isso pra mim é coisa de “amador” que pensa que sua imagem nunca vai ser afetada se tomar uma atitude dessas. Cresça, por favor!
Mas porque depender desse relacionamento é perigoso: porque o detentor dos dados do registro.br pode se sentir lesado ou simplesmente, não ter a capacidade profissional de entender que tudo tem um ciclo, e de repente, o dele pode ter se encerrado. Aí o cara fica todo bravinho, e não passa os dados e você não consegue acesso aos documentos do site. Imagine a seguinte cadeia de eventos: sem esses dados, você não tem acesso ao FTP e não consegue alterar arquivos do site, ou seja, não consegue atualizá-lo.
Sem os dados do registro.br, você não consegue alterar a empresa na qual o site do cliente está hospedada. Eu sempre converso com o cliente para que possamos chegar a um acordo e hospedar o site na hospedagem na qual eu mais me dou bem. Posso dizer com certeza que em X dias o site estará no ar. Caso contrário…
Sem os dados, meu amigo, infelizmente você nada faz. Sem choro nem vela. Acaba-se a brincadeira para você nesse momento, ou você fica aguardando que o cliente entre em um acordo com o designer anterior.
Penso eu: se o cliente já tem rolo com o designer anterior por “falta de pagamento”, EU já pulo fora. Qualquer outro tipo de problema, eu estou aqui para dar o suporte necessário.
Tendo todos esses dados em mãos, o que você precisa entender pode ser conferido nesse link.
Forte abraço e bons estudos!
André Buzzo, atua na área de desenvolvimento web, com foco em sites gerenciáveis em Wordpress. É gerente/proprietário da KR Comunicação Integrada (http://www.krcomunicacao.com.br) onde aplica seus conhecimentos em vendas para oferecer, ao invés de um simples serviço, uma consultoria diferenciada ao cliente. Formado em Sistemas para Internet e com diversos cursos na área, procura sempre desenvolver páginas acessíveis, e hoje em dia, dedica-se à construção de sites para dispositivos móveis